O uso de variedades resistentes a doenças e a adoção de práticas
adequadas de manejo têm contribuído para o aumento da produtividade em bananais
do Juruá. Os resultados de uma experiência conduzida em uma plantação
localizada na comunidade Alto Pentecostes, em Mâncio Lima (AC), tem animado o
agricultor familiar Sebastião Oliveira, com uma produção superior à média
nacional.
 Em cultivos tradicionais do Juruá, a média de produção não
ultrapassa 700 cachos por hectare/ano. Em apenas quatro meses de produção já
foram colhidos 870 cachos das bananas Thap Maeo, Maravilha e Pacovan Ken,
variedades resistentes à Sigatoka-negra e recomendadas pela Embrapa para o
estado do Acre. A produção anual estimada é de 30 toneladas por hectare,
produtividade superior à média nacional de 12 toneladas por hectare.
Experimento da Embrapa
O experimento implantado pela Embrapa, em uma área de pouco mais de um
hectare, conta com 1.200 touceiras. Segundo Oliveira, os cuidados com o solo
nas diversas etapas dos plantios foram essenciais para aumentar a
produtividade. “Na área cultivada com a banana já fiz o cultivo consorciado de
milho, melancia e feijão. Os restos dessas culturas (palhada) ajudaram a
melhorar a fertilidade e qualidade do solo”, afirma.
 De acordo com o Marcelo Klein, supervisor do Setor de
Transferência de Tecnologia do Juruá da Embrapa Acre, a experiência mostra que
é possível produzir bem, apesar das dificuldades que caracterizam a agricultura
da região. “O manejo inadequado é um dos fatores que contribuem para a baixa
produtividade dos bananais no Juruá. Práticas simples como o espaçamento
recomendado entre as plantas, limpeza da área, calagem e adubação química para
recuperar o solo, adubação verde para fixação biológica de nitrogênio, desfolha
e manutenção de, no máximo, três plantas por touceira contribuem para melhorar
o desempenho produtivo dos bananais”, comenta.
Doença sigatoka-negra
A Sigatoka-negra, doença que ataca as folhas da bananeira e diminui a
capacidade produtiva da planta, representa o principal fator de perdas na
cultura da banana, no Acre e em outros estados. O uso de variedades resistentes
a doenças, associado a práticas de manejo recomendadas pela pesquisa, é uma
alternativa eficiente no controle do problema.
 “Há uma grande demanda regional por mudas de bananas resistentes.
Somente no município de Porto Walter, a procura envolve mais de 100 produtores
e seriam necessárias cerca de 20 mil mudas para suprir essa carência. Uma
alternativa para atender essa demanda é a multiplicação e a doação desse
material por agricultores que implantaram bananais com as variedades
melhoradas. Esse processo vem sendo acompanhado pela Embrapa, como forma de
garantir a qualidade das mudas”, afirma Klein.
Fonte: A Tribuna
 



 
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