Cunha diz que enviará processo ao
Senado hoje
Após a sessão que aprovou a abertura do processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na noite deste domingo
(17) que encaminhará o resultado para o Senado já nesta segunda-feira. Ele
afirmou que quanto mais o trâmite demorar no Senado, pior.
A abertura do processo foi aprovada por um
placar de 367 votos a favor e 137 contra. Houve sete abstenções e dois
parlamentares estavam ausentes.
"Quanto mais tempo se levar para
decidir no Senado, a situação vai piorar, porque o governo sequer tem
ministérios. Os ministérios foram demitidos, alguns para votar, outros saíram
porque não queriam fazer mais parte da sua base política. A máquina vai parar a
partir de amanhã. Então, o Brasil vai parar a partir de amanhã", disse Cunha
no Salão Verde da Câmara.
E continuou: “Então, é importante que esse
processo tenha um desfecho com a maior celeridade, qualquer que seja o
resultado”.
“Amanhã, [vai] para o Senado o
mais rápido possível. Eu vou ligar para o presidente Renan [Calheiros], ver se
eu consigo combinar um horário para levar até pessoalmente se ele estiver aqui
amanhã”, afirmou Cunha.
'Situação  grave'
Ele afirmou ainda que não estava feliz com o resultado. " Tudo isso é muito triste, é um caso grave, nós, quando autorizamos a abertura, nós falamos isso, não era com nenhuma alegria que a gente estava fazendo isso. E agora o plenário confirmou, depois que a comissão confirmou”, declarou.
Desafeto da presidente Dilma, Cunha
fez ataques ao Palácio do Planalto e acusou o governo de promover um
“feirão” com a distribuição de cargos na administração federal.
“O país passa por sérias dificuldades. A
presidente perdeu as condições de governabilidade já faz tempo, perdeu todo e
qualquer escrúpulo nesse feirão que foi feito para tentar comprar votos de
qualquer maneira. E chegou ao fundo do poço. Agora, o Brasil precisa sair do
fundo do poço. É preciso que a gente resolva politicamente essa situação o mais
rápido possível”, disse o presidente da Câmara.
Acusado pelo governo de deflagrar o
processo por "retaliação" e "vingança", Cunha afirmou que
fez a sua parte e conduziu os trâmites com "toda isenção possível".
"Nós fizemos a nossa parte,
respeitando a Constituição, o regimento. Cumprimos e fizemos o possível para
conduzir com toda isenção possível. Fizemos a maior sessão da história da
Câmara dos Deputados, que levou 47 horas, e fizemos a segunda agora com 10
horas. Então, são 57 horas de sessões para apreciar, discutir, debater e votar
o parecer pela abertura do processo", argumentou.
A defesa da presidente afirma que Cunha
deu andamento no processo após o PT decidir não apoiar o presidente da Câmara
em processo que responde no Conselho de Ética da Casa. Ele teria mentido em CPI
ao dizer que não possui contas no exterior. Cunha é investigado na operação
Lava Jato por suspeita de receber dinheiro de propina.
Fonte: G1
 


 
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