Valor da
produção é R$ 508,4 bilhões em 2016; Mato Grosso é líder nacional
O valor bruto da produção agropecuária (VBP) previsto
para 2016 é estimado em R$ 508,4 bilhões. As lavouras representam R$ 332,5
bilhões, e a pecuária, R$ 175,9 bilhões. O Mato Grosso lidera o ranking entre
as unidades da Federação, com R$ 71,8 bi neste ano. Os números foram divulgados
nesta segunda-feira (16) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
De acordo com a SPA, o valor bruto da produção é referente
a abril e se situa 1,5 % abaixo do resultado de 2015, de R$ 516,0 bilhões. As
lavouras tiveram queda de 0 ,2 % e a pecuária, 3,9 %. No caso das lavouras, um
dos principais fatores determinantes do desempenho foi a redução da estimativa
da safra neste ano em relação a 2015.
A retração pode ser observada pelas estimativas da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Mapa, para a safra de
grãos, que passou de 207,67 milhões de toneladas em 2015 para 202,34 milhões
este ano. Seca e excesso de chuva atingiram lavouras importantes, como algodão,
arroz, soja e milho, e contribuíram para esse resultado.
No entanto, vários produtos se destacam pelo
crescimento do faturamento este ano. Os principais aumentos podem ser
observados na banana (+22,3 %); batata-inglesa (+14,5%); café (+15,7%); feijão
(+7,9 %); milho (+6,7%); soja (+3,7%); trigo (+9,9%); maçã (+10,9%). Esse grupo
de produtos representa 67% do VBP das lavouras.
Alguns produtos vêm apresentando redução de
faturamento neste ano. São eles: algodão (-8,2%); arroz (-10,6 %); cebola (-8,0
%); fumo (-26,5%); laranja (-13,2%); mandioca (-13,3 %); tomate (-47,6%); e uva
(-17,7%).
Ainda segundo a SPA, os preços dos produtos agrícolas
em níveis mais elevados que no passado, como em soja, milho, algodão e café
conilon, evitaram quedas mais acentuadas do faturamento de diversos produtos
que tiveram queda da expectativa de produção.
Carnes,
leite e ovos
A pecuária apresenta valor da produção menor do que no
ano passado. Isso se deve a reduções dos valores de produção de todos os itens
desse segmento – carne bovina, carne de frango, carne suína, leite e ovos.
Os resultados do VBP regional continuam mostrando a
liderança da região Sul, com R$ 146,2 bilhões, seguida do Centro-Oeste, com R$
141,9 bilhões. O Sudeste aparece na terceira posição, com R$ 133,9 bilhões. O
Nordeste, R$ 47,3 bilhões, ficou em lugar, e Norte, com R$ 29,6 bilhões, em
quinto.
Por estado, Mato Grosso aparece em primeiro lugar, com
faturamento equivalente a 14,2 % do total do país. As lavouras, lideradas pela
soja, milho e algodão, representam 80% do valor da produção do estado.
O valor bruto da produção agropecuária foi calculado
com base nas estimativas de safras divulgadas na semana passada pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Mapa, e pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fonte:
Mapa
Ministério
da Agricultura pode absorver Desenvolvimento Agrário, defende novo ministro
O novo ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) anunciou em seu primeiro pronunciamento oficial que o
Ministério do Desenvolvimento Agrário pode ser absorvido pelo Mapa. O senador
que mudou de partido para assumir o cargo enfatizou durante a sua fala que
pretende fazer uma gestão harmoniosa em relação a áreas de conflitos históricos
com a agricultura, como a do meio ambiente e pequeno agricultor.
“Quando tomamos café da manhã ou almoçamos, ninguém
pergunta se o feijão é da agricultura familiar ou se é do agronegócio. Queremos
alimento barato e de boa qualidade. Se o produtor é grande ou médio, é tudo a
mesma coisa. Porém, com um olhar diferente do Estado”, disse Maggi em coletiva
à Agência Brasil.
Maggi defendeu que o Ministério do Desenvolvimento
Agrário poderia estar dentro do Mapa, mas não deu detalhes sobre uma possível
fusão. Ele disse que tem boa relação com o ministro Osmar Terra (deputado pelo
PMDB-RS nomeado por Temer como ministro do Desenvolvimento) e que os dois já
conversaram para trabalhar em sintonia.
Fonte: Gazeta do Povo
Adubação
verde eleva a capacidade produtiva do solo
Elevar a capacidade produtiva do solo, com baixo
custo, é um dos desafios em pequenas propriedades. Uma das práticas agrícolas
que ajudam a enfrentar esse desafio, é a adubação verde em rotação de cultura
ou em consórcio entre adubos verdes (leguminosas e gramíneas). O sistema
radicular mais profundo dos adubos verdes condiciona o solo para que a cultura
de atividade econômica explore melhor os nutrientes e a água do solo.
Os adubos verdes que são gramíneas (ex.: sorgo
forrageiro, nabo forrageiro, milheto) e dicotiledôneas (girassol) formam a
palhada que cobrem o solo; e os que são leguminosas (ex.: crotalária, mucuna,
guandu, feijão-de-porco) produzem biomassa e fornecem maior aporte de
nitrogênio à cultura.
Quem passou pela Tecnofam 2016, evento de tecnologias
e conhecimentos para agricultura familiar realizado de 11 a 13 de maio na
Embrapa Agropecuária Oeste, pôde conhecer os benefícios dos adubos verdes com
os pesquisadores da Embrapa: Alberto Feiden, da Embrapa Pantanal, e Cesar José
da Silva, da Embrapa Agropecuária Oeste.
A prática da adubação verde promove a cobertura do
solo, aumenta a umidade, a ciclagem de nutrientes e a dinâmica dos
microorganismos no solo que ajudam a combater nematoides e doenças do solo.
Além disso, os adubos verdes abrigam inimigos naturais a atraem polinizadores e
insetos benéficos como predadores de pragas.
Segundo Silva, o processo de elevação da capacidade
produtiva do solo com a adubação verde exige alguns anos de boas práticas culturais.
Por isso, a recomendação é que a adubação verde seja associada a outras
práticas, como calagem e gessagem, adubos orgânicos a partir de dejetos de
animais que têm alta concentração de nutrientes disponíveis (esterco de aves,
bovinos e suínos). "Se o produtor adotar essas práticas, a adubação
mineral complementar será em doses menores, reduzindo o custo de
produção."
Os adubos verdes também servem como suplementação
alimentar animal. O guandu, adubo verde semiperene, é usado para feno ou fresco
no cocho por meio de podas; a cartilha, espécie perene, possui excelente
palatabilidade - que, segundo Silva a Agraer tem estimulado os agricultores a
plantarem – ou para adubar nas entrelinhas; e gramíneas forrageiras para
cobertura de solo e forragem.
A rotação de culturas pode ser feita dividindo a área
em pequenas partes, intercalando as culturas ao longo do tempo. Uma dica para
iniciar a prática de adubação verde exclusivamente ou em consórcio é escolher
uma área com baixa quantidade de matéria orgânica ou com problemas de pragas de
solo, de plantas daninhas ou ainda na área mais distante da propriedade, onde é
mais difícil de se chegar com dejetos de animais que são usados também como
adubos. "À medida que a área com problema é recuperada com a adubação verde,
o agricultor pode expandir a prática agrícola", afirma o pesquisador Cesar
José da Silva.
A prática da adubação verde promove a cobertura do
solo, aumenta a umidade, a ciclagem de nutrientes e a dinâmica dos
microorganismos no solo que ajudam a combater nematoides e doenças do solo.
Além disso, os adubos verdes abrigam inimigos naturais a atraem polinizadores e
insetos benéficos como predadores de pragas.
Calcário como auxiliar
"Boa parte do solo brasileiro é levemente ácida.
Para elevar o PH, a forma mais barata de se fazer essa correção do solo é com o
calcário, que é proporcionalmente barato em relação a outros produtos
existentes no mercado. Ainda hoje muitos produtores da agricultura familiar não
têm essa prática para corrigir o solo", disse o pesquisador da Embrapa
Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo, na Mostra de Tecnologias da Tecnofam 2016.
Ele explica que o calcário ajuda no crescimento da
raiz e da parte aérea da planta e a prática é recomendada para todas as
culturas agrícolas, como milho, feijão e mandioca. "Isso significa que nos
anos de déficit hídrico, como nos veranicos, vão explorar melhor o solo,
absorvendo os nutrientes".
Para saber a quantidade a ser aplicada no solo, é
necessário coletar uma amostra de solo. A coleta da amostra deve ser feita em
zigue-zague para representar bem a área - "uma amostra por hectare é
suficiente" - e essa amostra levada a um laboratório. "O custo
da análise é relativamente baixo e se paga com o aumento da produção que a
calagem proporciona", diz o pesquisador.
A comparação do desenvolvimento da raiz em solo
corrigido e em um solo sem correção foi demonstrado por um equipamento de
análise de raízes chamado rizotron. "O que o agricultor familiar consegue
ver é o que ele acredita. E o rizotron mostra a área do solo onde o produtor
não enxerga. Essa forma didática é fantástica", diz Genivaldo Schlick,
diretor de ensino do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, regional de Ponta
Porã, que estava no segundo dia da Tecnofam.
Fonte:
Embrapa
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