O bambu se apresenta para grande parte dos brasileiros
como uma planta fascinante e familiar. O Acre tem chamado atenção do Brasil e
de outros países por possuir a maior floresta nativa de bambu do mundo.
Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), existem, em todo o planeta, 22 milhões de hectares
plantados de bambu. Nove milhões estão na América do Sul, mais precisamente,
Brasil, Peru e Bolívia.
Somente no Acre, existem 4,5 milhões de hectares. O
vasto potencial do bambu chamou a atenção do governo do Estado e empresários, e
pesquisadores têm investido em estudos, fomento e beneficiamento da planta.
Para
isso, instituições como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae), Embrapa, Universidade Federal do Acre (Ufac), Instituto Federal do
Acre (Ifac)) se uniram e passaram a integrar o grupo de instituições
governamentais e não governamentais interessadas em investir e trabalhar com a
versatilidade do bambu.
Bambu e
seu potencial no desenvolvimento sustentável e econômico
O artesão Francisco Rafael de Melo, mais conhecido
como França, cultiva mil hectares de várias espécies de bambu em sua
propriedade. Ele confecciona peças de bambu como luminárias, cadeiras e mesas.
Há oito anos vem pesquisando e se aperfeiçoando no que faz. “Acredito no
potencial econômico do bambu e estou muito feliz com o que produzo”, relatou.
Atualmente uma equipe de pesquisadores da Embrapa,
encarregada pelo CNPq e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, trabalha
na produção de um livro que trata das experiências com o bambu detectadas em
todo o país, que vão desde a pesquisa básica e aplicada a questões tecnológica,
ambientais e sociais.
“Na obra, que tem previsão para ser lançada em março
deste ano, falamos da cadeia produtiva do bambu que é agregadora e rica. O
livro vai ser uma referência para quem trabalha com a planta”, destacou
Patrícia Drumond, chefe adjunta da área de tecnologia da Embrapa.
Alternativa
de renda
“A cadeia produtiva do bambu se apresenta hoje como
alternativa de trabalho e renda. Sua fácil adaptação, suas características
renováveis e capacidade de integração e inclusão social, tem feito o bambu
despontar como uma matéria-prima com grande potencial na promoção do
desenvolvimento sustentável”, explicou o pesquisador da Embrapa, Bruno
Imbroísi.
Segundo
ele, aos poucos o homem foi conhecendo a natureza, invadindo sua exuberância,
descobrindo seu potencial. “A beleza do bambu ao natural ou processado tem
aumentado muito a procura por esse material, especialmente para uso em arquitetura,
construção e artesanato”, observou. 
Matéria
prima renovável
Naturalmente, o bambu é uma planta com características
autossustentáveis, sendo capaz de se regenerar após o corte, podendo viver até
cem anos. Com o tratamento adequado, pode se tornar um material durável por
muitas gerações.
“Trata-se de uma matéria prima renovável, de baixo
custo, com diversas possibilidades de uso. O bambu cada vez mais vem sendo
utilizado na conservação ambiental e como instrumento capaz de reduzir as
desigualdades sociais, surgindo como incremento de renda”, frisou o gerente de
comércio e serviços do Sebrae/Ac, Aldemar dos Santos Maciel.
Uso
cultural, econômico e social
A versatilidade do bambu tem criado em todo o mundo,
possibilidades, estratégias e soluções convencionais em diversos segmentos,
tornando-se um fator de integração social que não agride o meio ambiente,
consolidando cada vez mais a sua capacidade de reduzir as desigualdades
sociais.
As características vegetais do bambu, suas notáveis
propriedades como material e suas atuais aplicações no mundo indicam uma gama
de utilização com potencial para atender a um desenvolvimento que proporcione
maior equidade social, melhoria ao meio ambiente, aumento da qualidade de vida
e geração de renda.
 




 
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