O produtor rural deve enfrentar aumento de custos com
compra de insumos, o que pode limitar a aplicação de tecnologia no campo.
Os
preços de defensivos e fertilizantes são atrelados ao dólar, que em 2015 subiu
de forma mais significativa no segundo semestre, depois de a maioria dos
agricultores terem comprado sua matéria-prima. Será em 2016 que a conta virá
mais alta. Além do preço mais elevado dos produtos, o crédito será mais caro e
escasso.
Para
Eduardo Daher, diretor-executivo da Andef (Associação Nacional de Defesa
Vegetal), as vendas de defensivos devem apresentar comportamento semelhante ao
visto em 2015. O volume de vendas do setor deve cair 5% em 2015, influenciado
pelo atraso na liberação do crédito e pela menor ocorrência de chuvas, que
reduz a demanda por fungicidas.
Para
as multinacionais do setor, que faturam em dólar, a queda nas receitas deve
chegar a 20% no ano passado. Para 2016, as incertezas políticas e econômicas
também devem frear os investimentos.
"Ainda
há positivismo no agronegócio. A situação do setor é muito diferente dos
outros. Mas o produtor está com receio como todo mundo", afirma Daher.
Para
Carlos Florence, diretor da AMA (Associação dos Misturadores de Adubos do
Brasil), a relação de troca ainda é favorável ao agricultor. Os preços dos
fertilizantes, diz, têm queda no mercado internacional, praticamente
compensando a alta do dólar.
Para
2016, a expectativa também é de preços controlados, devido à queda no preço do
petróleo –os fertilizantes fazem parte da cadeia petroquímica.
O
patamar mais baixo do valor do óleo também deve trazer alívio a um outro
importante componente de custos: o óleo diesel.
"Não
há espaço para subir os preços do diesel, que no Brasil já está 35% acima da
cotação internacional", diz Fábio Silveira, da GO Associados.
Na
safra 2015/16, as vendas de fertilizantes devem cair entre 6% e 7%, segundo
Florence. "Boa parte dos agricultores tinha alguma coisa em
estoque."
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