A
expressão "fiel da balança" é usada para definir aquele que decide,
que é prioridade ou o mais confiável. Quando o assunto é a balança comercial
brasileira, ela cai muito bem às commodities.
Mesmo com o preço de todos os produtos
agropecuários mais vendidos pelo Brasil em queda na comparação com o mesmo
período do ano passado, o agronegócio continua aumentando a sua participação
nas exportações.
No
primeiro semestre deste ano, o setor foi responsável por 46% das receitas com
as vendas externas. Em 2014, o percentual foi de 43%.
Os
dados consideram o agrupamento de produtos utilizado pelo Ministério da
Agricultura para definir agronegócio, incluindo a celulose.
Os
números não refletem apenas méritos do setor, mas também um desempenho sofrível
das exportações de produtos industrializados, cujos embarques caíram 8% no
primeiro semestre.
O
resultado reflete também a crise no mercado de minério de ferro, que perdeu o
posto de principal item da pauta exportadora para a soja.
O
complexo soja (grãos, farelo e óleo) respondeu por 16% das exportações
brasileiras no primeiro semestre, mesmo com a queda de aproximadamente 30% nos
preços em relação a 2014.
Neste
ano, 6 dos 10 principais itens da pauta de exportação brasileira são
agropecuários: soja, derivados de soja, carne de frango, café, açúcar e carne
bovina. Eles responderam por 27% das receitas externas. Considerando a
celulose, também no grupo dos 10 mais exportados, essa participação vai a 30%.
Uma
análise de longo prazo mostra como esse setor vem ganhando relevância: há cinco
anos, os seis itens agropecuários mais exportados respondiam por 24% do total.
No primeiro semestre de 2005, eles foram apenas 8%.
Não
por acaso, o setor deu um salto em produtividade nos últimos 15 anos, o que lhe
garantiu posição de destaque no comércio global de matérias-primas.
No
caso da soja, carro-chefe das exportações brasileiras, a produção subiu de 2,25
sacas por hectare, na safra 2004/05, para 3,02 estimados pela Conab (Companha
Nacional de Abastecimento) para a safra atual, em média.
PESO NA ECONOMIA
Apesar
da relevância cada vez maior para a balança comercial e, como consequência,
para o balanço de pagamentos do país, a agropecuária tem uma participação pouco
relevante no PIB (Produto Interno Bruto) calculado pelo IBGE. No ano ano
passado, foi de 4,8%, com a geração de R$ 262 bilhões.
Esse
valor corresponde apenas às atividades primárias do setor, ou seja, tudo o que
foi produzido "da porteira para dentro". Exclui, por exemplo, os
setores de insumos, como adubos, fertilizantes e agroquímicos, a agroindústria
e a distribuição.
Considerando
toda a cadeia, desde a produção primária até a distribuição, a participação do
agronegócio na economia ultrapassa 20%. O cálculo do PIB agropecuário é feito
pelo Cepea (Centro de Estudos em Economia Aplicada, da Esalq/USP) e considera a
evolução do volume produzido e dos preços, já descontada a inflação.
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FIEL DA BALANÇA
46% foi a participação
do agronegócio nas exportações no primeiro semestre
16% é quanto o
complexo soja representa nas receitas do país com as vendas externas
6 dos 10 principais itens
da pauta exportadora brasileira são agropecuários.
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