Fraude
com casas populares levam dois diretores da SEHAB para a cadeia
Dois diretores da Secretaria de
Habitação do Acre foram presos hoje na segunda fase da Operação Lares,
que investiga venda ilegal de casas e favorecimento de futuros mutuários
nos conjuntos habitacionais da capital. A Polícia Civil, por ordem judicial
requerida pelo Ministério Público estadual prendeu o diretores executivo
da SEHAB, Daniel Gomes e o diretor Social, Marcos Huck, além da
ex-funcionária terceirizada Cícera Silva e a empresária Rossandra Lima, todos apontados
pela polícia como envolvidos no esquema criminoso de negociação de casas
populares.
A operação Lares foi deflagrada em
fevereiro.
Daniel Gomes negou as acusações e
fez questão de ressaltar que a denúncia da fraude partiu da própria secretaria
negou envolvimento e disse que partiu de própria secretaria a denúncia de
irregularidades. Os outros detidos quiseram dar suas versões.
De acordo com o delegado
responsável, Roberth Alencar, o esquema criminoso era sofisticado e as
casas eram vendidas entre R$ 5 mil até R$ 30 mil em conjuntos populares,
principalmente no Rui Lino e começava a agir na Cidade do Povo.
Segundo ele, foram identificados
servidores públicos e empresários que compraram imóveis que deveriam ser
destinados a pessoas carentes. “Esse é um esquema que vem sendo praticado há
alguns anos dentro da secretaria”, destacou-o delegado.
A polícia teria identificado que o diretor executivo Daniel Gomes
direcionava para quem as casas deviam ser vendidas e determinava a localização
delas no conjunto. Como prova, o delgado Robert aponta que “uma mulher que tem
um filho dele tem uma casa, uma amante também. Tudo isso ele direcionava de
acordo com o poder que cabia a ele”, explica.
Já o diretor social Marcos Huck faria a montagem dos processos e
autorizava a fraude para a funcionária Cícera, então terceirizada, que cumpria
as ordens fraudando documentos para o sorteio das casas. Uma babá do diretor
foi contemplada com uma das casas.
Ainda no esquema criminoso, a empresária Rossandra Lima, recrutada por
Cícera, intermediava o negócio e ganha porcentagem sobre o negócio. “Por
exemplo, se uma casa era escolhida para ser vendida nesse esquema a R$ 5 mil, a
Rossandra vendia por R$ 15 mil e ganhava em cima da venda”, diz o delegado. No
momento do negócio, só quem se expunha era a ex-funcionária Cícera, mas o
esquema começa a ser desmascarado com os novos envolvidos.
O secretário de Habitação Jamyl Asfury disse que Daniel Gomes e Marcos
Huck devem ser afastados dos cargos. O secretário de Segurança Pública,
Emylson Farias defendeu que o Estado deve ser implacável contra a fraude que
ocorre na secretaria. “Pode ter ainda a Operação Lares 3, ninguém está acima da
lei”, destaca.
Acusada montou loja de doces com dinheiro da fraude da
SEHAB
A empresária Rossandra Lima
confessou á Polícia que montou uma loja de doces só com o dinheiro que ganhou
participando do esquema criminoso de venda e destinação irregular de imóveis do
programa Minha Casa Minha Vida. Ela era a responsável pelo contato com
interessados em comprar as casas nos conjuntos e seu lucro chegava a até R$ 10
mil ou R$ 20 mil por residência negociada, de acordo com o perfil do comprador.
Mesmo dividindo o lucro com os demais envolvidos, os ganhos eram muito grandes.
A Polícia agora quer identificar
quem comprou as casas de forma irregular. Os compradores podem ser processados
por corrupção ativa e fraude.
FONTE: jornalatribuna
Nenhum comentário:
Postar um comentário