A
agropecuária brasileira deve terminar 2015 com expansão de 2%, segundo a
ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “A nossa
perspectiva para 2016 é crescer de 1,5% a 2% novamente”, disse, em entrevista
ao Jornal de Tocantins. Ela também destacou os ganhos de produtividade do
setor (aumento da produção em uma área de tamanho igual por meio do emprego de
tecnologia). Ao diário tocantinense, Kátia Abreu falou ainda sobre
desenvolvimento da região do Matopiba – formada pelo Maranhão, Tocantins, Piauí
e Bahia –, regularização fundiária e desmatamento.
INVESTIMENTOS
"Este ano, ainda estamos em ritmo de crescimento.
Terminaremos o ano crescendo 2%, diferente de outros setores. A nossa
perspectiva para 2016 é crescer de 1,5% a 2% novamente. Estes são indicadores e
análises dos Estados Unidos e nós esperamos um crescimento de produtividade
maior do que isso. É crescer 2% em área ou em produção, através não só da
ampliação de área, mas também pelo aumento da produtividade no mesmo espaço de
chão. O fato dos produtores, este ano, terem recuado na procura de crédito de
investimento, eu aplaudo, pois em época de crise não é momento de fazer grandes
investimentos. As pessoas ficam mais cautelosas. Nos últimos quatro anos do
governo da presidente Dilma, foram financiadas 300 mil máquinas, 60 mil por
ano. No governo Lula, foram 30 mil máquinas/ano. Então, nossos produtores estão
bem abastecidos de maquinários e no ano que vem esperamos que melhore a
economia e que possamos ver a retomada dos investimentos em máquinas e
implementos agrícolas."
REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA
"Nós estamos trabalhando duramente nisto. Porque
se eu pudesse fazer uma lista do que é importante para um estado e um país se
desenvolver, colocaria a regularização fundiária. Não adianta ter estrada se eu
não tenho produção para passar nas estradas. A regularização fundiária
significa direito de propriedade, segurança jurídica e investimento. Aqui, nós
estamos trabalhando com a SPU, através do Ministério do Planejamento, para
encontrarmos uma solução e fazermos uma experiência no Bico do Papagaio, no sul
do Maranhão e no sul do Pará. Essas áreas já estão mapeadas."
DESMATAMENTO
"O que eu disse, na verdade, não foi um estímulo
ao desmatamento. O que eu disse, na entrevista coletiva, é que utopia seria
produzir sem ter desmatado. Então, nós não desmatamos para jogar terras ao
vento, nós tratamos este assunto com seriedade. Então, eu disse que fazer
agricultura sem desmate é uma utopia, porque eu não consigo plantar em cima das
árvores, não consigo criar gado no meio da floresta. Qual era a opção então?
Era não plantar nada? Era não sermos produtores de alimentos? Todos sabemos que
o agronegócio é o segmento que está segurando o emprego e a balança comercial
brasileira. Não estava incentivando desmatamentos no futuro, nem desmatamento
ilegal. Outro ponto importante que tem que ser considerado – e eu não quero
tratar este assunto com hipocrisia – é que o antigo e o atual Código Florestal
Brasileiro permitem o desmatamento em certas áreas com licenciamento. Então, eu
defendo a legalidade e que nós possamos estimular os produtores a tirar tudo da
terra que já está desmatada para que possamos aproveitá-la da melhor forma
possível."
COP 21: Mato Grosso estabelece meta de zerar desmatamento ilegal até 2020
O governo de Mato Grosso anunciou nesta segunda (7),
em Paris, um plano ousado para diminuir as emissões de carbono do Estado. A
meta que mais chamou a atenção foi a de desmatamento: zerar derrubadas ilegais
até 2020.
O objetivo é mais ambicioso que a proposta do governo
federal na COP21, que fala em acabar com o desmate ilegal apenas em 2030. E o
custo do plano de MT é salgado: US$ 10 bilhões (R$ 39 bilhões) ao longo de 15
anos.
Só com dinheiro do Estado não vamos conseguir.
Precisamos do setor privado", diz o governador Pedro Taques.
Taques, do PSDB, afirma que a devastação cairá no
Estado mesmo sem investimentos privados, ainda que não na proporção esperada.
"Só comando e controle [fiscalização] não dá", diz ele.
Mato Grosso teve uma das altas mais acentuadas no
deflorestamento em 201415. Na Amazônia legal, a taxa de aumento foi de 16%
(para 5.831 km², mais que o triplo da área do município de São Paulo), enquanto
no Estado o salto foi de 40% (para 1.508 km²).
Antes do salto, porém, MT derrubara a taxa de
destruição de 11 mil km²/ano para cerca de 1.000. Ocorreu o mesmo em quase toda
a Amazônia (queda de cerca de 80%). Na apresentação dos dados oficiais do
desmate, em novembro, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, culpou os
governos estaduais pela piora do indicador.
Em Paris, a ministra firmou um "Compromisso pelo
Desmatamento Ilegal Zero" com Acre e Mato Grosso. E disse que MT tem a
"responsabilidade nacional e global, como produtor de alimentos, de aliar
produção e proteção".
O plano de Taques, elaborado com a participação de
ONGs e associações do agronegócio, não se limita a desmatamento.
A meta geral é cortar emissões do Estado em total
equivalente a 6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO ), até 2030, o
mesmo que quatro anos de emissões de todos os setores da economia
brasileira.
Fonte: Folha de S.Paulo
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